quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

SÉTIMO DIA DE VIAGEM

22 de fevereiro de 2008 (Sexta-feira)

Decidimos na hora de acordar: vamos visitar Colonia del Sacramento! Já tínhamos verificado as informações todas e estávamos pensando se passaríamos mais um dia em Montevideo ou se iríamos à Colonia. Manhã para o Cristian visitar o Juan Pablo e para eu passear um pouco pelos entornos do hotel antes de sairmos em direção ao terminal Tres Cruces.
11h45: Viagem de ônibus para Colonia del Sacramento. Poderíamos optar por 3 empresas diferentes, cada uma com um preço igualmente diferente (detalhe: a concorrência é tudo! O preço da viagem saiu por volta de U$ 165, algo em torno de 16 reais. Pago exatamente a mesma coisa para ir de Estrela a Porto Alegre, viajando 80 km menos!). Distante 180 km de Montevideo, a viagem foi tranqüila e durou 2h15. Chegamos lá com uma baita chuva e esperamos na rodoviária, almoçando (chivitos básico, além de uma sobremesa chamada "chaja", uma espécie de bolinho de claras de ovos, com uma fina camada de dulce de leche) e torcendo para a chuva parar. Depois de uma hora aguardando, resolvemos nos atirar na chuva: não poderíamos perder mais tempo!! Iniciamos nosso passeio descendo a Calle de España e chegando ao Muelle 1866, uma espécie de porto para embarcações desportivas, datado de 1866, mas que foi recuperado em 2001. As fotos que seguem mostram o chão molhado da chuva que resoveu parar na hora em que tiramos fotos, e também o detalhe do entalhe em madeira de um barco ancorado por ali.





Colonia é linda por todas as construções que por ali impream... todos os tipos de casas, museus, pedras, ruelas, combinadas com a vegetação, as flores os azulejos e os lampiões (vejam atrás de mim, nessa foto, a característica não só de Colonia, mas de muitas cidades uruguaias, como Montevideo) transformam a cidade em patrimônio da humanidade e lugar ímpar para se conhecer!



Aqui, costeando o rio da Prata, avistamos o torreão. Estamos bem em frente a Buenos Aires. A água estava escura, amarronzada e conversamos com um pescador para descobrir o motivo. Ele nos contou que houve um temporal muito forte na Argentina e que por isso a água estava com aquela coloração, que não é normal. Na próxima foto, eu na frente do Museu do Azulejo, uma construção portuguesa de 1740-1760, "recauchutada" em 1986. Lá dentro, todos os tipos de azulejos pintados à mão e pertencentes ao período 1849-1900.




Aqui, a combinação perfeita: o lampião (claro que agora existem lâmpadas ali dentro, mas antigamente era acendido com estopas de gasolina ou querosene, além de velas), as flores, as árvores, a casa e o azulejo da casa (vários azulejos marcam os números das casas e os nomes das ruas). Tudo muito lindo!



Cristian e eu na famosa "Calle de los Suspiros". Reparem nas construções, cada uma bem diferente da outra, como diz o fôlder de informações da cidade: "... onde diversos estilos de construção se conjugam sem perder a individualidade". É uma rua tipicamente portuguesa, com traçado e pavimento original, que guarda características da primeira época colonial.




Portão da Cidade, foi reconstruído entre 1968 e 1971, apresenta traços da velha ponte elevadiça. Aqui, um argentino que veio a Colonia de Buquebus pediu que "sacássemos" uma foto dele e de sua mulher e aproveitamos para solicitar o mesmo a ele. Abaixo, os azulejos anunciando Colonia del Scaramento como patrimônio da humanidade pela Unesco. Mais abaixo, imagens da estação férrea de Colonia, que não mais funciona.






Aqui, o famoso Buquebus. Não imaginava que fosse tão enorme: serve tanto para passageiros quanto para carros e faz a travessia Uruguai-Argentina. Momento de lamentar nossa falta de dias a mais para realizar a viagem a Buenos Aires. Todo o processo de embarque é extremamente oficial: parece a entrada de um aeroporto, com direito a freeshop (e, certamente, carimbo no passaporte). Ficamos um bom tempinho ali, apreciando todo o processo de entrada dos carros, de fechamento do convés e de saída do navio.



Voltando ao nosso passeio pela cidade, achamos muito curioso os dois carros antigos parados em frente a um bar (muito legal, por sinal, todo colorido por dentro). Na foto abaixo, eu ao lado de um carro que serve como "mesa do restaurante". Sim, sim!! Se vocês repararem bem na foto, verão um copo com guardanapos e duas pessoas sentadas dentro do carro, aguardando o almoço! Havia uma mesa e cadeiras lá dentro! Na outra foto, o Cris em frente a um carro-samambaia!




Aqui, um fato curioso: há vários carros antigos em Colonia (e isso nem chega a ser curioso!). Porém, vejam que há dois velhinhos ali dentro. Mais tarde, descobrimos que eles fazem passeios pela cidade, uma espécie de citytour, dentro de seus carros antigos, mostrando aos turistas um pouco mais de Colonia a bordo de um carro da mesma época da construção da cidade (ai, que exagero!). Conversamos com os dois (extremamente simpáticos), pedimos permissão para fotografá-los e a mulher nos disse que hoje o dia não tinha colaborado para os passeios (muita chuva e nublado), porém, o dia de ontem tinha sido maravilhoso e com muitos turistas!



Final do dia, final do passeio. Por volta das 19h30 paramos na rodoviária para comprar nossa passagem de volta (ônibus às 20h para Montevideo). Pausa para um yogur frutado da Conparole comprado no super "Micro Macro", além de uma boa água, para repor as energias investidas nas longas caminhadas. Aqui, conhecemos o Dañiel (11 anos) e sua irmãzinha, que conversou um pouco conosco. Ele vestia uma camiseta dos Simpsons, do "Homero" (incrível como eles nacionalizam todos os nomes americanos por lá!) em uma moto Harley-Davidson.


Mas o dia ainda não tinha terminado. Depois de 3 horas de viagem (sim, 3 horas!), chegamos a Montevideo às 23h. Morrendo de fome, optamos por um chivitos em novo restaurante: La Esquina del Chivitos. Desta vez, escolhemos um "Chivitos ao prato", que vinha com um "cobertor de papas fritas". Até eu, apaixonada por batatinha, consegui matar a vontade e quase enjoar de tanta batata frita! Estava simplesmente maravilhosoooooooo!! Incrível ver o número de pessoas circulando pela 18 de Julio a pé, em plena madruga (depois da uma da manhã) . Aproveitamos para comer um sorvete no La Cigale (filas para comprar sorvete), a madrugada estava ótima e todo mundo muito tranqüilo. Enfim, nos preparávamos para nos despedir dessa cidade e iniciar nosso caminho de volta. Finalização com chave de ouro!

CURIOSITIES:
Hoje me aventurei a conversar com um casal de americanos, na rodoviária de Colonia. A mulher estava irritada porque a garçonete a estava ignorando, mas disse pra mim que não precisava da minha ajuda. O homem me pediu informações sobre as ruas de Colonia, tentei ajudar da melhor maneira que pude, com o auxílio do mapa (mal ele sabia que aquela hora nós éramos recém-chegados na cidade!).
É engraçado como muitos uruguaios pensam que somos um casal de americanos, alguma pessoas vieram conversar comigo em inglês! Adorei, mais um treino pra mim!
O Cristian adorou descobrir, em uma parede de uma borracharia de Colonia, a seguinte frase: "Cambio de aceite". Também achou interessante a "Carnicería" (o nosso famoso açougue).

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